sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dia do livro,40 anos de internet


Dia do livro,40 anos da internet, isto me faz pensar o quanto em tão pouco tempo, nossa relação com os meios de conhecimento mudaram e modificaram nossa forma de assimilar as informações.

Lembro, que quando precisávamos de pesquisar algum assunto,levávamos uma hora de casa,até a biblioteca mais próxima.Chegávamos preenchíamos uma ficha de inscrição,passávamos uns vinte minutos,buscando nas estantes os livros necessários,fazíamos fichas de pesquisas, líamos e discutíamos,o que era mais importante para o resumo.

Ficavamos até seis horas na biblioteca. Por conta das dificuldades ao acesso ,davamos aos livros mais importância.

O tempo com os livros, nos dava intimidade com a leitura,tínhamos o prazer tátil,visual e até o próprio cheiro dos livros nos era atraente.

A informação era melhor digerida: nós refletíamos melhor sobre os assuntos e tínhamos mais tempo de formar nossas opiniões.Concluindo: era mais proveitoso e prazeroso.

Hoje,com a velocidade da informação,via internet,tenho a impressão que a profusão dos temas, a rapidez com que chegam as noticias, o imediatismo dos fatos,tem banalizado todo e qualquer assunto,pois num piscar de olhos(dependendo da banda larga),acessamos tantos: sites,blogs,comunidades,bibliotecas virtuais,vídeos,músicas,filmes,debates e toda sorte de opiniões, que ao findar o acessos diário,sinto vez por outra um certo vazio.

Não tenho duvida, quanto a democratização que a internet,proporcionou a todos,salvo aqueles que ainda não tem acesso por privações econômicas ou tecnológicas que é o caso de países pobres.

Vejo com muito entusiasmo a possibilidade que esta ferramenta proporciona:a crítica,o debate o confronto imediato das opiniões.

Talvez nos falte, mais qualidade no uso. Países como o Brasil,com problemas graves na educação precisa de tempo para que os internautas, tenham um uso mais produtivo deste instrumento.

A própria rede,que tem tido um papel muito importante para a formação de jovens em todo planeta. Pode tornar, esta maravilha do mundo pós moderno, num importante trunfo, para o desenvolvimento sustentavél que é o grande desafio para humanidade.

Sei que não temos a mínima idéia do que toda essa revolução tecnológica vá representar nós próximos 40 anos,mas acredito,que para uma educação solida, que promova uma formação mais questionadora e reflexiva, os livros ainda são nossos melhores aliados.

Moacir Oliveira

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Luis Eça e Sivuca.



Então fui aos meus arquivos, e ouvi este papo, que tive com Sivuca em 1987 em entrevita antes doshow com luizinho no Maksoud Plaza.

Sivuca: " Esse novo show é uma coisa linda. Nós fizemos, ousamos e abusamos do som, de tudo que nós queremos em cima do repertório brasileiro.
O Luíz toca umas três músicas dele. Depois eu entro. Nós tocamos carinhoso (Pixinguinha).
Depois eu toco uma música do, Lupércio Miranda. Toco uma música do flautista Patapio Silva, que ganhou uma bolsa de estudos e foi estudar na França.

E para fazer uma pequena demonstração do que se pode fazer com a sanfona eu toco uma tocata de Sebastian Bach.

Depois, tocamos Aquariana, Lamento de Pixinguinha, Asa Branca de Luís Gonzaga e Humberto Teixeira.


Então, nós convidamos a orquestra da casa e tocamos: Samba de uma nota só, e Rancho Fundo de Ari Barroso e Lamartine Babo.

Repertório mais brasileiro que este não há. Atualizado, contemporâneo, é de hoje.

Com a harmonia maravilhosa que Luizinho fez. Nós fizemos um arranjo a quatro mãos.

Há um lado de Luizinho que eu gostaria de ter, mas o Luizinho estudou mais do que eu e por natureza ele é mais louco que eu (risos). Essa loucura dele é construtiva e ele transmitiu para a orquestra e o resultado é maravilhoso porque os arranjos estão lindos.

Texto inédito da entrevista que sivuca me concedeu no Maksoud Plaza em 1987.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A poesia em Preto,branco e azul também...


Nos anos 80,criamos o grupo Preto Branco e azul também.
Fruto dos encontros literários, promovidos por novos poetas no Centro Cultual do Jabaquara.



Durante 2 anos invadimos:ruas,teatros,feiras culturais,parques públicos,bares,livrarias,metrôs e tudo quanto era canto de São Paulo, e um tanto de Brasil.



Teatralizamos,musicamos e declamamos poemas de nossa autoria, e de tantos outros poetas (conhecidos ou não).



Queriamos a poesia liberta,dos livros das estantes das bibliotecas.



Poetas mambeibes urbanos, por aí poetizando.



Alguém aí participou ou conheceu?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Parcelada Malunga



No inicio dos anos 80,um dos compositores,mais geniais que ouviamos era Elomar Figuera.

Cantador das caatingas,menestrel do sertão,seu canto arido seu violão classico sertanejo,nos encantava em seus concertos solos.

Mas,foi no Consertão,acompanhado por Arthur Moreira Lima, Heralodo Dumont e Paulo Mora,que tivemos momentos inesquessiveis da obra maravilhosa de Elomar.

Em 1986,Elomar à beira do Rio Gavião (Vitoria da Conquista BA) onde mora e cria bode, concedeu esta entrevista ainda inédita à Ailton Gobira.

Neste trecho, Elomar nos fala da parceria com Arthur, Parcelada Malunga(foto) e de como foi concebido o Consertão:

"Então parcela, é um gênero, não praticamente um desafio, já te falei daquele desafio do nordeste né? É um gênero de malungos, malungos cê sabe o que é né?São companheiros inseparáveis, um boi manso é malungo do outro. Um amigo que tem o outro em alta conta são malungos, não são? Andam juntos, bem malungos... João Omar(filho de Elomar), por exemplo é malungo daquele cachorro ali, eles são malungos... é só vocês saírem e eles brincam, rolam, o tempo todo, desde miudinho, desde que ele era pequeno e o cachorro pequeno também.

Então daí veio parcela, parcelada... malunga... uma coisa assim, um som estranho. Sobre tudo nos ouvidos...Arthur falou, vamos fazer o seguinte: Eu já estou pensando num outro tipo de trabalho aqui, um trabalho mais instrumental, agora só sua voz Elomar, suas canções, não tem mais, você propondo o canto, o canto da sociedade agrária e nós propondo o canto dos urbanos, agente chama ConSertão...

Consertar...Arthur até hoje tem saudade do ConSertão, ele é bonito demais. Nossa... e a própria apresentação em si. Falando do Consertão, pra chegar nesse nome também foi um rolo.E aquele rolo todo até trocar o c pra si, com estalo não sei, foi de Xangai, foi Décio, tirar o c botar um si, CONSERTÃO, vê agora.

Ficou bom o negócio. Um concerto grande da cidade e do campo.
Muito feliz o negócio".

Moacir Oliveira

A integra da entrevista estará no livro que estou escrevendo sobre MPB.

domingo, 4 de outubro de 2009


Nos anos 70 e 80,quando a ditadura causou tantos danos aos povos latinos,Mercedes Sosa,pela sua luta e resitência, nos parecia uma forte mãe,que cuidava de seus filhos.


Tive a opurtunidade de assistir um de seus lindos concertos em São Paulo no Teatro Tuca,em 1982.

Durante o espetaculo, dei a ela à camiseta do Solidarnosc, em solidariedade à luta do sindicato polonês.Ela mostrou a todos presente, e mais uma vez defendeu a liberdade e os direitos Humanos.

Sua voz, e a batida de seu tambor ecoará eternamente em nossos coracões.Gracias à Mercedes que amamos tanto! Saudades .